quarta-feira, 8 de abril de 2009

Modernidade que nos escorre pelos vãos dos dedos


O polonês Sygmunt Bauman inicia o prefácio de sua obra "Modernidade líquida" com a máxima de Paul Valéry, "Não podemos mais tolerar o que dura."

A idéia principal é de que o ser humano, a vida, a sociedade, tudo é constantemente mutável.
Em seguida, Bauman discorre em uma analogia de que a mutação da vida humana é tão fluida quanto um líquido, no sentido em que é flexível e se rearranja conforme o ambiente, e que não mantém sua forma definida e constantemente.
É como se o mundo tentasse ser estável, encontrar uma forma definitiva de ser e assim permanecer, de se solidificar para poder se administrar. Mas a mudança, o derretimento, a liquefação, o imprevisível, a revolução, estas sim sempre imperam.Somente neste trecho, Bauman cita toda sorte de autores, como Max Weber, Thomas Corlyle, Karl
Marx, e traz à tona momentos da história em que "sólidos foram derretidos".
O poder da mudança está em processo de realocação e, ainda que não democrático, cada vez mais está fragmentado.
"A modernidade começa quando o espaço e o tempo são separados da prática da vida e entre si, e assim podem ser teorizados como categorias distintas e mutuamente independentes da estratégia e da ação." Neste ínterim, é que Bauman também faz menções interessantes à tecnologia, ao poder e até à guerra. E "não importa mais onde está quem dá a orgem - a diferença entre 'próximo' e 'distante', ou entre o espaço selvagem e o civilizado e ordenado, está a ponto de desaparecer."

Fonte: BAUMAN, Zygmnut. Ser leve e líquido. In: Modernidade líquida..., p. 7-22.

+Mais sobre o assunto:

No site Klepsidra, Luciano Francisco detalha mais informações sobre a obra de Bauman.
http://www.klepsidra.net/klepsidra23/modernidade.htm

Algumas apresentações disponibilizadas no YouTube, que ilustram o assunto do ponto de vista sociológico, porém mais no estilo de "teoria da conspiração":

terça-feira, 31 de março de 2009

Velhas e novas mídias

O ensaio de Caio Túlio Costa na revista Líbero, publicado pela Fundação Cásper Líbero, trata da relação das empresas com as "novas mídias", forma como o autor se refere à Internet ou o celular.
Segundo Caio, a nova mídia não tem sido utilizada em seu potencial pleno de interatividade, sendo apenas um espelho dos diversos conteúdos da "velha mídia" (meios de comunicação de massa tradicionais, como TV, rádio e jornal).
A nova mídia permite interação entre o público e o divulgador, caracterizando-se como meio bidirecional, ao contrário da mídia tradicional, que é unidirecional, quase que ditatorial, já que o receptor da mensagem se mantém passivo.

Fonte: Por que a nova mídia é revolucionária. Líbero 18, dez 2006, p. 19-30.

Sobre o autor: Caio Túlio Costa (Alfenas, 1954) é um jornalista, professor, doutor em Ciências da Comunicação pela Escola de Comunicações e Artes da USP e executivo na área de comunicação. Trabalhou durante 21 anos no jornal Folha de S. Paulo onde foi editor, secretário de redação, correspondente na Europa, baseado em Paris, diretor de revistas e pioneiro nos investimentos do jornal em internet. Publicou quatro livros, Ética, jornalismo e nova mídia - uma moral provisória (Zahar, 2009), O que é Anarquismo (Brasiliense, 1981), Cale-se (A Girafa, 2003) e Ombudsman - O Relógio de Pascal (Geração Editorial, 2006).

Algumas reflexões sobre o texto do autor:

- Por que a velha mídia não pode se mesclar com a nova? Ex.: Radio Sul America Trânsito, no ar na região da Grande SP, que tem quadros baseados nas informações que chegam à rádio pelos ouvintes transmitidas por ligações, SMSs, emails e mensagens no website.
- Uso do telefone em concursos de TV e rádio: mesmo antigo, seria o telefone considerado uma nova mídia no momento em que ele permite a interação com uma velha mídia?

+Mais sobre o tema:

Conceito de "Novas mídias"
Novas mídias é um termo amplo que normalmente se refere a soma de novas tecnologias e métodos de comunicação para se diferenciar dos canais de comunicação tradicionais como TV, radiodifusão, imprensa, etc.Ele pode ser entendido como um novo canal de distribuição de conteúdo ou como um novo canal de comunicação. As principais novas mídias no momento são internet, celular e IPTV. Para a área de comunicação convém ressaltar que os avanços nessa área podem ser benéficos e lucrativos visto que a partir dessas novas mídas, as empresas podem interagir com seus consumidores de maneira nunca antes conseguida: elas podem ver o que seus consumidor realmente quer, seja através de sites de relacionamento, de blogs e podcasts, ou ainda através de seus próprios sites; desde que os mesmos atraiam seus consumidores.
Fonte: Wikipedia.org

A influência dos planos de Marketing sobre as novas mídias
"Empresas aprovam a realização de estratégias de marketing ousadas em redes sociais, sites de vídeo e mundos virtuais."...
"Veja o caso do diretor de marketing da Fiat, João Batista Ciaco. Ele é um executivo em sintonia com o mundo atual. Qualquer conversa sobre Web 2.0 com ele é uma aula agradável de como a tecnologia permeia nossas vidas. Mesmo assim, ele não sabe o que fazer com duas novidades que acabam de entrar na sua agenda, o serviço de vídeo on-demand Joost e o microblog Twitter. 'Há 15 anos havia uma fórmula de sucesso, bastava um comercial de um minuto no principal telejonal e uma página dupla na maior revista semanal e o retorno era garantido. Hoje, não existe equação assim e temos de conhecer todas essas novidades', analisa."
Fonte: http://computerworld.com.br/gestao/2007/11/05/idgnoticia.2007-11-01.0621025956/

A guerrilha das novas mídias
"Onde a mídia tradicional enxerga baixa nas vendas, as novas reconhecem crescimento de espectadores."
Fonte: http://www.popup.mus.br/2008/06/12/a-guerrilha-das-novas-midias/

Convergência tecnológica e novas mídias
Demonstra a evolução do telefone celular e a integração com outras mídias.
Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=2oaETr_G0bY

O rádio e as novas mídias
Esse vídeo foi apresentado como parte do trabalho "O Rádio e as Novas Mídias", no período 2008.2, para a disciplina Radiojornalismo ministrada pela professora Kátia Fraga. Demonstra perfeitamente a integração do rádio, considerada uma mídia tradicional, às novas mídias (celular, MP3, Internet).
Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=GMRhS-OLHic


Eles estão de olho...

As mídias são veículos de divulgação de informações ou notícias, certo? Bom, e se de repente, a notícia fosse você ou sua bunda? Não, você não precisa entrar para um grupo de axé para sua bunda fazer sucesso e nem precisa mais entrar para um reality show para se expor 24 horas por dia:

- Notícia sobre gravações de celulares no metrô

- Google Street view e os limites da liberdade


Mantenha seus olhos bem abertos

O que você faria se fosse candidato à presidência e cometesse um “pequeno” deslize na sua vida privada? Em tempos onde o poder da mídia e o dinheiro imperam, até um escândalo grave pode ser manipulado.

No Brasil, os escândalos logo caem no esquecimento... Nos Estados Unidos, alguns deles são motivos de filme, curiosamente, até de premonição.

O filme “Mera Coincidência”, cujo título original é “Wag the Dog”, EUA, 1997, do diretor Barry Levinson, com Robert De Niro, Dustin Hoffman e Anne Heche, antecipou o escândalo Monica Lewinski, que estourou no começo de 1998, nos Estados Unidos.

Após o envolvimento num escândalo sexual, dias antes da eleição, o presidente dos Estados Unidos fica à beira de perder a reeleição. Quando isso acontece, a primeira assessora do presidente, Winifred Ames (Anne Heche), chama um dos maiores profissionais de marketing do mercado, Conrad Bream (De Niro), para reverter esse quadro.

O filme revela o submundo da política e da mídia, a manipulação feita atarvés da mídia e sua influência sobre o público. Nos faz refletir o quão manipulados são os fatos, onde verdade e mentira se confundem, ou melhor, onde aqueles que controlam a mídia nos fazem acreditar naquilo que lhes convém.



Não é a primeira vez que um presidente americano deixa-se seduzir por um perfume de mulher... Para quem gosta de escândalos presidenciais, regados a poder e glamour, vale a pena ler o livro “Marylin e JFK” (Objetiva, 2009), o primeiro relato completo do amor secreto e trágico entre Marilyn Monroe e John F. Kennedy, escrito pelo renomado crítico de cinema e romancista François Forestier.

segunda-feira, 30 de março de 2009

Os desencantados e reencantados Tempos Modernos

Não somos mais modernos e nem pós-modernos, então quem somos e onde vivemos agora? Vivemos em uma neomodernidade, em uma apocalíptica modernidade ou em uma sobremodernidade?

É impossível tentar rotular uma época que acontece tão rápido, que não nos deixa nem ao menos tempo dar a ela um nome ou para tentar entende-la.

O que podemos dizer, sem nenhuma dúvida é que vivemos em uma sociedade midiatizada, sob o controle de uma ditadura do excesso de informação. Desde a hora que acordamos até a hora em que vamos dormir, somos bombardeados por informações que vêm de todos os tipos de mídia possíveis.

Segundo Marc Auge, o surgimento do ciberespaço marca a prioridade do tempo sobre o espaço. Podemos ver isso claramente aqui, nesse blog, em poucos minutos ele foi criado e agora já é capaz de gerar quanta informação for possível. Agora nós, autores instantâneos, estamos bombardeando você de informações. Esperamos que úteis, ao menos!

Esse feudalismo moderno, em que muitas mídias ainda atuam, faz com que vivamos em um sistema fabril de absorção de informações. A informação é gerada, processada e na engenharia pontual desta indústria, nós, receptores, peças chave da grande máquina, ainda continuamos apenas apertando o parafuso. Não seria hora de perguntarmos por que?



Alguns museus são cheios de novidades...